sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Passeio pelo gelo

Hoje fui finalmente registar-me ao consulado. A partir de agora, passo a votar cá em Nova Iorque. Mas antes disso decidi fazer o caminho ao consulado a pé, ignorando o frio que estava (mais ou menos -3º) e aproveitei para conhecer o lindo(?) rio que passa pertíssimo de minha casa. Deve ser bem interessante andar por lá, mas certamente não com este frio. Além de mim só lá encontrei, quanto muito, uma ou 2 pessoas. No facebook coloquei algumas fotos. Apesar do frio, fui todo contente a tirar fotos até ficar sem pilhas. Quando cheguei às Nações Unidas, foi o desespero, porque nenhum par de pilhas estava a funcionar. Por milagre, um deles ainda deu qualquer coisa e consegui tirar estas fotos:


Depois, segui pela bela belíssima rua 42 (a da última foto) até chegar à quinta avenida, mais ou menos onde fica o consulado. Foi pena não ter tirado fotos, porque precisamente nessa rua está o Chrysler building, a Central Station, árvores iluminadas em frente aos hotéis e até um rato bem giro. Para não ter que fazer uma descrição do bicho, até porque não sou bom a fazer essas coisas, o google deu uma ajudinha. Depois do consolado, como não sou burro, enfiei-me para dentro do metro. Finalmente, tenho um mapa do metro!! Mesmo assim, continua a ser uma confusão para mim (foi a 2ª vez no metro). Também, pudera! Fazem estações com 8 linhas e como é que uma pessoa não se havia de perder?

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Os dias continuam curtos

Boas minha gente! Passaram-se alguns dias desde o último relato que vos fiz, relativo ao dia 18, pelo que está mais que na hora de dar mais novidades.

As minhas ricas aulinhas começaram no dia 19. Para variar, cheguei ao departamento quase em cima da hora (não deu tempo para ir ao gabinete antes da aula), cheguei com a sala praticamente cheia (mas ainda consegui arranjar lugar) e lá começou a aula onde se estudou, por meio de equações com derivadas parciais, o comportamento do trânsito nas estradas e cuja principal conclusão é que os engarrafamentos repentinos são fenómenos que podem ocorrer de forma natural e não só devido a acidentes na estrada. Pelo meio das aulas deu para conhecer alguns colegas e hoje ainda continuo a conhecer pessoas novas. Há, de facto, muitos estudantes nas aulas que frequento.

Quanto ao meu gabinete, compartilho com mais dois estudantes dos estados unidos que, por acaso, são malta fixe. Além dos meus companheiros de gabinete, costumam lá estar mais pessoas que, por o nosso gabinete ser o que tem malta fixe, passam lá muito tempo a conversar connosco e a discutir problemas no quadro (sim, temos um quadro de giz enorme!!). Só há um inconveniente: o ar condicionado está com uma paranóia qualquer que ficou bloqueado no modo de frio e não conseguimos sequer desligá-lo. Estamos condenados porque o nosso gabinete está amaldiçoado. Só parece haver uma solução: cortar a luz ao edifício todo a ver se o ar pára de uma vez por todas.

Em relação à minha sobrevivência por cá, estou ainda vivo! Apesar de não ser estritamente necessário, vou muitas vezes às compras, nem que seja para comprar só uma coisa e ver os preços de todas as outras (normalmente vou mais para ver preços e no fim escolho alguma coisa para levar, por vezes contra a minha vontade). No outro dia, entrei por um supermercado pequeno a dentro e fiquei parvo porque só havia massas especiais e caras como o catano. Acabei por trazer 3 sacos de Ramen e continuo à espera de uma emergência para que um dia decida experimentar aquilo. Uma coisa boa: no dia seguinte descobri que pertíssimo de minha casa (num dos caminhos possíveis para a universidade) há um supermercado do estilo do Pingo Doce e com bons preços (para a cidade), o que é muito raro, porque normalmente só se encontra farmácias/drogarias ou outras lojas que vendem tudo menos comida fresca. Mesmo assim, por um saco de cenouras, 2 tomates (grandes) e 1 alface paguei 7 dólares. Em contrapartida, paguei só 3 dólares por um frasco de 450g de pimenta preta (e para outras especiarias é igual). Esse frasco vai durar seguramente para o doutoramento inteiro. Uma coisa gira: esse supermercado está aberto todos os dias até à meia-noite e há por aí muitas lojas abertas 24h por dia (excepto aos domingos). Uma dessas lojas é a Best Buy. Bem... nunca se sabe se alguma vez vou precisar desesperadamente de comprar um computador às 4 da manhã... Ao menos, é bom saber que posso fazer isso.

Agora a secção das fotos...
Esta é fresquinha: hoje de manhã nevou, mas acordei demasiado tarde para assistir. Fica esta foto, da janela do meu quarto, como registo:
Para terminar, deixo-vos uma foto de uma rua onde costumo passar a caminho da universidade:
P.S.: Agradeço imenso à Ana Rita e à Salomé pelo postal que me enviaram. Chegou às minhas mãos na passada sexta-feira. Ainda não lhes escrevi nada de volta porque ainda não tenho postais de cá, mas não desesperem. Pode não ter nada a ver, mas como elas me pediram, declaro que este post no meu blog novo foi escrito em honra delas, porque elas são tão queridas e tão fofinhas...
P.P.S.: Este domingo vou a um porco no espeto ao clube do benfica (bah!!) em Newark. Acreditem, vou só mesmo para comer (e para beber, que também deve haver por lá).
P.P.P.S.: Ah ganda BEIRA!!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Esse dia

Então ninguém perguntou pelo Grande dia?? Foi na segunda-feira que eu, a minha mãe, primas Ana e Sofia e o Flávio andámos a passear. Por ser dia 18, nada melhor que fazer uma visita ao único Santuário de Schoenstatt cá da zona. Aí vão algumas fotos:
Depois da visita, fomos atacar a Estátua da Liberdade (mas ficámos pela metade, já que não pagámos para subir até ao topo). Esta visita incluía também uma passagem pelo museu da imigração na Ellis Island e naturalmente umas agradáveis viagens de barco entre as ilhas. Quem quiser ver mais fotos, há algumas no facebook.
Saídos do Liberty State Park, fomos ainda dar uma volta a Jersey City, para logo regressarmos a casa. Com todo este programa de convívio e matança de saudades, bem que nos esquecemos de almoçar, pelo que assim que chegámos fomos lançados à cozinha. Jantámos todos juntos, com o prazer de ter o Flávio a preparar-nos a comida. Foi mesmo um prazer, não só pela comida como também por ver aquele homem da terra das couves a picar cebola mais rápido que qualquer máquina. Mais encontros destes se seguirão, certamente. Fim do dia, vim pra NYC, que o dia seguinte é de aulinhas.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

E mais um fim-de-semana

Este foi agridoce... Por entre distracções e esquecimentos, passei a manhã de Sábado a ver desenhos animados (para aprender inglês, claro) e depois um cheirinho de bullriding. Num abrir e fechar de olhos, era já hora de visitar mais alguns primos que ia conhecer. A um animado jantar de bacalhau e frango e breve visita a uma colecção privada de veículos motorizados muito valiosos seguiu-se um agradável momento de convívio num bar a convite da prima Christen e com mais alguns amigos. Muito bom passar um serão a falar inglês...
No Domingo, mais um almoço de família, desta vez na casa da Sofia e com umas sagres bohemia. Foi muito bom, apesar de ter saído de lá cheio. No fim do dia, mais uma viagem a Nova Iorque com o tio Jacinto para levar mais tralha. Incluiu viagem pelos 2 túneis, grande passeio nocturno pela cidade e vistas espectaculares junto ao rio Hudson. Finalmente fiquei com uma luz decente no meu quarto (o meu quarto não tem lâmpadas, é tudo à base de candeeiros).
No fim, caminha pois segue-se um GRANDE DIA!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

E depois...

Monday: Procrastination day.
Na terça-feira eis que, meio de surpresa, nos levaram para Atlantic City. Já na cidade, depois de uma pequena volta de carro para reconhecimento da zona, entrámos pelo casino Taj Mahal e fomos (mais ou menos) directos ao buffet. Foi nesse momento que comecei a ficar seriamente preocupado com as elevadas probabilidades de chegar a Portugal daqui a uns meses com uns quilos a mais. É que o sistema All you can eat é terrorismo psicológico para quem ao mesmo tempo gosta de comer pouco e poupar dinheiro. Depois de um passeio junto à praia para aconchegar a comida (também me doíam as costas de tanto comer), fomos para as máquinas. Depois de muita intimidade com as slot machines, a sorte sorriu mais nas máquinas de blackjack.
De volta à terrinha, uma pratada de sushi no Hibachi com um espectáculo de cozinha à nossa frente. Memorável!

Quarta-feira, New York city. Basicamente, dia para me tornar um pouco mais legal cá nos states, ligar para Lisboa a chatear a FCT, explicar à assistente de cá que é inútil chatear mais a FCT, que para eles é simplesmente impossível tratar dos papéis com rapidez, buscar o cartão para entrar no meu prédio e estar um bocado em casa a desfrutar do cheiro a fritos.
Quinta-feira, big day. Todo o meu dia foi ocupado com as mudanças para Nova Iorque. Coisa inédita: a minha dispensa nunca estará tão recheada como nesse dia. Os meus familiares têm sido tão solidários que posso dizer que até agora só gastei dinheiro a comprar o telemóvel, pois tudo o resto veio da ajuda deles. Aqui parece que o modelo Pay Forward está a funcionar em pleno.
Sexta-feira: fazer meia-dúzia de coisas em casa e no fim voltar à terrinha para jantar bacalhau e leitão em casa do tio Jacinto.
E passou mesmo rápido a semana...
Vista da janela do meu quarto em NYC

Primeiro fim-de-semana

Tenho andado very busy ultimamente, mas mesmo assim queria dar-vos um relato do meu primeiro fim-de-semana por estas bandas.
Começando por sexta-feira à noite (dia 8), dia de aniversário do David, fui com o seu grupo de amigos, a primeira e única vez até hoje nos Estados Unidos, para um club. Para quem não sabe, o ambiente nas discotecas desta zona é muito diferente daquele que estamos habituados em Portugal. Atrevo-me apenas a fazer referência ao estilo de música, que cá tem muitas influências do hip-hop. Quem quiser saber mais, claro está, tem que cá vir.
O dia seguinte foi dedicado a conhecer a família do meu tio Baltazar, principalmente a prima Susy (e sua família), que passaram o dia connosco, nos levaram a NYC de carro (onde estive a primeira vez na minha casa), a comer rodízio e às compras também. Foi o dia em que mais me chocou a quantidade de (bons) familiares que tenho para estes lados.
O Domingo resume-se a feijoada em casa (da Ana) com a família (irmãos, cunhados, sobrinhos...). Foi muito interessante na medida em que a comida era boa e deu para conhecer primos que até aí só de ouvir falar.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Finalmente por cá

Boas minha gente! Faz quase uma semana que cá estou, sem me dignar a postar qualquer coisa para a multidão de pessoas que me seguem. Na verdade, tem sido tudo um corropio, sempre a viajar, tratar de papeladas, fazer algumas compras, que não tem havido tempo para outras coisas igualmente importantes.
Para começar, a aventura começa logo com a viagem (dia 4), que ocorreu com mais de 7 horas de atraso, que não seria tão má não fossem os exagerados controlos de segurança aos quais os passageiros foram submetidos, nos quais tiveram todas as malas de mão completamente revistadas e o corpo igualmente, dos cabelos até ao interior dos sapatos. Enfim... completamente desumano. Por fim, fui calorosamente recebido na zona de Newark, na qual continuo ainda a viver. Apenas um grande desgosto: nenhum dos meus telemóveis portugueses funciona cá.
No dia seguinte, primeira vez em NYC. Tirando os problemas na ponte das linhas de comboio que ditaram grandes atrasos ao serviço do path, tudo correu bem na generalidade. Visitei apenas a zona pacata da minha universidade e tratei de tirar o cartão de estudante, preencher papelada para os impostos e ter um primeiro contacto com o departamento de matemática através da nossa magnífica e extremamente simpática assistente.
No dia 6, dia de conhecer um pouco melhor o departamento e criar uma conta bancária. O resto do dia foi a passear um pouco por midtown, donde destaco a passagem por Times Square. Infelizmente, não tenho ainda nenhuma foto no computador. No mesmo dia, comprei um telemóvel bem modesto para mim.
Sexta-feira, passei o dia fechado no gabinete e levantei as chaves do meu novo apartamento em NYC. Sobre o fim-de-semana, falo depois.
Destes 5 dias registo a adaptação a um país muito diferente, onde pagas o mesmo pelas chamadas que recebes como que efectuas, onde as bebidas alcoólicas só se vendem em lojas especiais (tipo farmácias), onde muita gente bebe corona, onde não se pode fumar dentro de bares e discotecas, onde as rádios passam sempre as mesmas 10 canções, onde cada cadeia de tv tem uns 20 canais, 10 dos quais passam a mesma coisa, onde quase todas as casas têm HDTV, onde nas portagens pagas em andamento atirando moedas para um funil enorme, onde podes ultrapassar quem queiras pelo lado direito, já que, se não é verdade, pelo menos parece que não é obrigatório circular na faixa mais à direita; se queres ir mais rápido que os outros carros, vais aos zigue-zagues. Muitas outras coisas invulgares se encontram por cá, é só uma questão de ir vendo por este país.
Nos próximos dias prometo algumas fotos.